A invisibilidade da mulher no papel de mãe

Autores

  • Elaine Schmidt de Oliveira Uninter
  • Cleci Elisa Albiero

Resumo

Este trabalho tem por objetivo abordar questões da invisibilidade da mulher e da maternidade, dando expressão às mulheres na luta por seus direitos e visibilidade à maternidade. A construção e efetivação dos direitos das mulheres na história foi, e ainda é, um processo lento. Neste contexto, a maternidade é vista como algo belo e irrecusável; nela repousam expectativas e desejos da sociedade, o que leva às mulheres a uma sobrecarga de trabalho, desgaste físico, mental e invisibilidade social. Porém, o que é ser uma boa mãe? Culturalmente, a “boa mãe” é a que consegue equacionar casa limpa, filhos limpos, educados e alimentados. Mães, são mulheres que têm direitos, sofrem violências e que também precisam de apoio. Trabalham para sustentar a sua família e a si mesmas, sentem dor e desejos, porém a sociedade as ignora. O caminho metodológico do estudo proposto organiza-se em pesquisa bibliográfica, documental e descritiva, com fontes em livros, revistas e artigos científicos relacionados à temática; também se lança mão à técnica de análise de conteúdo de Bardin. Os primeiros resultados da pesquisa apontam que mães invisíveis são mulheres em situação de vulnerabilidade social, imperceptíveis aos olhos do Estado, criticadas pela sociedade, e que lutam diariamente por seus direitos. 

Palavras-chave: maternidade; invisibilidade; acolhimento.

Abstract

This paper aims to address women's invisibility and motherhood issues, giving expression to women in the fight for their rights and visibility to motherhood. Women's rights construction and enforcement in history was, and still is, a slow process. In this context, motherhood is seen as something beautiful and irrefutable; in it lie society's expectations and desires, which leads women to a work overload, physical and mental wear, and social invisibility. But what does it mean to be a good mother? Culturally, the “good mother” is the one who is able to equate a clean house, clean children, educated and fed. Mothers are women who have rights, suffer violence, and also need support. They work to support their families and themselves, they feel pain and desire, but society ignores them. The methodological path of the proposed study is organized in bibliographic, documentary, and descriptive research, with sources in books, magazines, and scientific articles related to the theme; Bardin's content analysis technique is also used. The research’s first results indicate that invisible mothers are women in a situation of social vulnerability, imperceptible to the eyes of the State, criticized by society, and who fight daily for their rights.

Keywords: maternity; invisibility; sheltering.

Resumen

Este trabajo tiene el objetivo de tratar cuestiones de la invisibilidad de la mujer y de la maternidad, para darle expresión a las mujeres en su lucha por derechos y visibilidad a la maternidad. La construcción y reconocimiento de los derechos de las mujeres en la historia ha sido, y aún lo es, un proceso lento. En ese contexto, la maternidad es vista como algo bello e irrenunciable; en ella reposan expectativas y deseos de la sociedad, lo que conduce a las mujeres a una sobrecarga de trabajo, desgaste físico, mental y a la invisibilidad social. Sin embargo, ¿qué significa ser una buena madre? Culturalmente, la “buena madre” es aquella que logra conciliar casa limpia, hijos limpios, educados y alimentados. Madres, son mujeres que tienen derechos, sufren violencias y también necesitan apoyo. Trabajan para sostener a su familia y para sostenerse, sienten dolor y deseos, sin embargo, la sociedad las ignora. El recorrido metodológico de este estudio se apoya en investigación bibliográfica, documental y descriptiva, sobre la base de libros, revistas y artículos científicos relativos a la temática; también se recurrió al análisis de contenido de Bardin. Los primeros resultados indican que madres invisibles son mujeres en situación de vulnerabilidad social, imperceptibles a los ojos de Estado, criticadas por la sociedad y que luchan diariamente por sus derechos.

Palabras-clave: maternidad; invisibilidad; acogida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elaine Schmidt de Oliveira, Uninter

Bacharel em Serviço Social pela Uninter.  Pós-graduação em Docência no Ensino Superior; estagiária de Pós-Graduação em Serviço Social no Tribunal de Justiça/CEMSU (Central de Medidas Socialmente Úteis). 

Cleci Elisa Albiero

Assistente social, professora pesquisadora do Curso de Serviço Social do Centro Universitário Uninter, pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Trabalho, Formação e Sociabilidade (GETFS).

Referências

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras. 2015.

BADINTER, Elisabeth. O mito do amor materno. 1. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.

BOND, Letycia. Estudo aponta que 70% das mulheres sofreram violência no trabalho. Agência Brasil, 2020. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-12/ Acesso em: 15 jan. 2022.

BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Rio de Janeiro: Presidência da República, 1940.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 21 maio 2019.

BRASIL. Lei n. 13.509, de 22 de novembro de 2017. Dispõe sobre adoção e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). Brasília: Presidência da República, 2017.

BRASIL. LEI nº 8080: 30 anos de criação do sistema único de saúde (SUS). Biblioteca Virtual em Saúde, 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/lei-n-8080-30-anos-de-criacao-do-sistema-unico-de-saude-sus/. Acesso em: 22 maio 2021.

CARVALHO, Raul; IAMAMOTO, Marilda. Relações sociais e serviço social no Brasil. 19. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

CASSAB, Latif Antonia. Ética profissional no serviço social. 1. ed. Curitiba: Intersaberes, 2018.

CUNHA, Marcelo Antonio. No olho da rua. 1. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

DURKHEIM, Emile. As regras do método sociológico. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GUTMAN, Laura. O poder do discurso materno. 5. ed. São Paulo: Ágora, 2013.

GUTMAN, Laura. O que aconteceu na nossa infância e o que fizemos com isso. 7. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2021.

IZAGUIRRE, Mônica. Taxa de analfabetismo diminui para 20%. Folha de São Paulo, São Paulo, 04 ago. 1994. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/8/04/cotidiano/30.html Acesso em: 15 jan. 2022.

KIRKPATRICK, Kate. Simone de Beauvoir: uma vida. 1. ed. Trad. de Sandra Martha Dolinsky. São Paulo: Planeta do Brasil, 2020.

MARRA, Pedro. Pesquisa mostra desigualdade salarial entre homens e mulheres no DF. Correio Brasiliense, Brasília, mar. 2021. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2021/03/4910695-pesquisa-mostra-desigualdade-salarial-entre-homens-e-mulheres-no-df.html Acesso em: 15 jan. 2022.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social. Teoria, método e criatividade. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

MORGAN, Robin. Theory and practice: pornography and rape. In: LEDERER, P. Take back the night: women on pornography. New York: Morrow, 1980.

MOTTA, Maria Antonieta Pisano. Mães abandonadas. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

MULLER, Miriam. O Brasil está conquistando a igualdade de gênero? Sim, porém…Word bank blogs, 2017. Disponível em: https://blogs.worldbank.org/pt/latinamerica/o-brasil-est-conquistando-igualdade-de-g-nero-sim-por-m Acesso em: 15 jan. 2022.

RIBEIRO, Cristiane de Paula. Os dilemas da mulher intelectual em um universo masculino. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 29, n. 2, 2021. Resenha.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. O contrato social. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

VIDA MARIA. Direção: Márcio Ramos. Ceará, Secretaria da Cultura, 01 jul. 2017. 1 vídeo (8:35 min.). Computação gráfica 3D e finalizado em 35mm. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yFpoG_htum4 Acesso em: 15 jan. 2022.

WALKER, Alice. A cor púrpura. 2. ed. São Paulo: Marco Zero, 1986.

WOLLSTONECRAFT, Mary. A reivindicação dos direitos das mulheres. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2016.

Downloads

Publicado

2023-03-01