Depressão do agressor e violência doméstica

Autores

  • Sergio Duarte Uninassau

Resumo

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é um transtorno que afeta mais de 264 milhões de pessoas no mundo. As causas da depressão incluem interações complexas de fatores sociais, psicológicos e biológicos. Ainda segundo a OMS, a incidência de depressão é maior entre as mulheres do que entre os homens. Entre os diversos sintomas relacionados à depressão está a agressividade. Dessa forma, o presente artigo questiona se a violência doméstica não poderia ser desencadeada por uma depressão do agressor. Para identificar o que a ciência já sabe sobre o assunto foi realizada uma revisão sistemática da literatura junto à quatro banco de dados, SciELO, EBSCO, LILACS e Redalyc, utilizando os descritores “violência doméstica”, “depressão” e “cultura”. Como resultado, foram analisados 721 artigos publicados no Brasil, em português, entre os anos de 2016 e 2020, dos quais somente um deles discute a condição psicológica do agressor. Dessa forma, sugere-se que pesquisas empíricas sobre o tema sejam realizadas.

Palavras-chave: violência doméstica; depressão; cultura.

Abstract

According to the World Health Organization (WHO), depression is a disorder that affects more than 264 million people worldwide. The causes of depression include complex interactions of social, psychological, and biological factors. Also, according to the WHO, the incidence of depression is higher among women than among men. Among so many symptoms related to depression, is aggressiveness. Thus, the present article questions whether domestic violence could be triggered by an aggressor's depression. To identify what science already knows about the subject, a systematic review of the literature was carried out within four databases, SciELO, EBSCO, LILACS and Redalyc, using the terms “domestic violence”, “depression” and “culture”. As a result, 721 articles published in Brazil, in Portuguese, between the years 2016 and 2020 were analyzed, one of which discusses the aggressor's psychological condition. Therefore, it is suggested that empirical research on the topic should be carried out.

Keywords: domestic violence; depression; culture.

Resumen

Según la Organización Mundial de la Salud (OMS), la depresión es un trastorno que afecta a más de 264 millones de personas en el mundo. Las causas de la depresión incluyen interacciones complejas de factores sociales, psicológicos y biológicos. Aún de acuerdo con la OMS, la incidencia de depresión es mayor entre las mujeres que entre los hombres. Entre los diversos síntomas relacionados a la depresión está la agresividad. De esa forma, el presente artículo cuestiona si la violencia doméstica no podría surgir por una depresión del agresor. Para identificar lo que la ciencia ya sabe sobre el tema, se realizó una revisión sistemática de la literatura junto a cuatro bancos de datos, SciELO, EBSCO, LILACS y Redalyc, utilizando los descriptores “violencia doméstica”, “depresión” y “cultura”. Como resultado, se analizaron 721 artículos publicados en Brasil, en portugués, entre los años de 2016 y 2020, de los cuales solamente uno de ellos discute la condición psicológica del agresor. De esa forma, se sugiere que se realicen investigaciones empíricas sobre el tema.

Palabras clave: violencia doméstica; depresión; cultura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sergio Duarte, Uninassau

Professor do Curso de Psicologia do Centro Universitário Maurício de Nassau.

Referências

Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Trasntornos Afetivos (ABRATA). Não só a tristeza indica a depressão, a irritabilidade também. s/d. Dipnível em: <http://www.abrata.org.br/nao-so-a-tristeza-indica-depressao-a-irritabilidade-tambem/>. Acesso em 11/04/2020.

ARRIAZU, A. D. C. El patriarcado como origen de la violência doméstic. 2000. Disponível em: . Acesso em: 18/08/2019.

ATALLA, A. D.; AMARAL, S. T. Violência doméstica contra a mulher: aspectos econômicos, sociais, psicológicos e políticos do agressor e da vítima. Disponível em: <http://intertemas.toledoprudente.edu.br/index.php/ETIC/article/view/939>. Acesso em: 14/03/2020.

BABCOCK, J. C.; WALTZ, J.; JACOBSON, N. S.; GOTTMAN, J. M. Power and violence: the relation between communication patterns, power discrepancies, and domestic violence. Journal of Consulting and Clinical Psychology, vol. 61, nº 1, 40-50, 1993. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/14749417_Power_and_Violence_The_Relation_Between_Communication_Patterns_Power_Discrepancies_and_Domestic_Violence>. Acesso em: 18/08/2019.

COUTO, M. T.; SHAIBER, L. B. Machismo hoje no Brasil: uma análise de gênero das percepções dos homens e das mulheres. In: Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado, S/D. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/937202/mod_resource/content/1/COUTO%20e%20SCHRAIBER%20Machismo%20hoje%20no%20Brasil%20.pdf>. Acesso em 18/08/2019.

DATAFOLHA, F. B. S. P. Visível e Invisível: A vitimização de mulheres no Brasil, 2019. Disponível em: http://www.iff.fiocruz.br/pdf/relatorio-pesquisa-2019-v6.pdf. Acesso em: 21/02/2020.

FERREIRA, M. N. X.; HINO, P. TOMINATO, M.; FERNANDES, H. O cuidado do agressor familiar frequente: revisão integrativa da literatura. Acta Paulista de Enfermagem vol.32 nº3 São Paulo Mai/Jun, 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002019000300334&lang=pt. Acesso em: 08/09/2019.

GOLDING, J. M. Intimate partner violence as a risk factor for mental disorders: A metaanalysis. Journal of Family Violence, 14, 99-132, 1999. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1023/A:1022079418229>. Acesso em: 16/05/2020.

GUTMANN, Matthew. O machismo. In: Meaning of macho: Being a man in Mexico City. Berkeley and London: University of California Press, 1996. Disponível em: . Acesso em: 18/08/2019.

HAMBY, Sherry. On defining violence, and why it matters. Psychology of violence, vol. 7, nº 2, 167-180, 2017. Disponível em:

<https://www.researchgate.net/publication/315967513_On_defining_violence_and_why_it_matters/link/590782eba6fdccd580db933c/download>. Acesso em: 17/08/2019.

MAUER, Silvan. Agressividade na depressão é sintoma negligenciado, possivelmente associado a bipolaridade e características mistas. 2017. Disponível em: <https://portugues.medscape.com/verartigo/6501642_2?pa=Q57026YL83toSbSa3Ofd1qrC5ooluRt3gCVSf4j8d3E563Hp7OIt%2BqxrwWc0XAB%2FJyGvMX%2Fu%2BWdIXoARf%2FT0zw%3D%3D> Acesso em: 04/04/2020.

MINAYO, M. C. S. Laços perigosos entre machismo e violência. Ciência & Saúde Coletiva, 10 (1): 18-34, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n1/a03cv10n1.pdf>. Acesso em: 18/08/2019.

Organização Mundial da Saúde. Mulher e saúde – Evidências de hoje, agenda de amanhã, 2011. Disponível em: <https://www.who.int/eportuguese/publications/Mulheres_Saude.pdf>. Acesso em: 18/08/2019.

Organização Mundial de Saúde. Prevenção da violência sexual e da violência pelo parceiro íntimo contra a mulher – ação e produção de evidência, 2012. Disponível em <https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/44350/9789275716359_por.pdf;jsessionid=EB05D72D3306C1E9498F788A5185EF03?sequence=3>. Acesso em 18/08/2019.

ORIGEM DA PALAVRA – Site de etimologia. Disponivel em: <http://origemdapalavra.com.br/site/pergunta/origem-da-palavra-violencia/> acesso em: 04/04/2020.

PADOVANI, R. C.; WILLIAMS, L. C. A. Intevenção psicoterapêutica com agressor conjugal: Um estudo de caso. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/427719295/intervencao-com-agressor-conjugal-pdf. Acesso em 14/03/2020.

SOLOMON, A. O demônio do meio-dia. Uma anatomia da depressão. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

Downloads

Publicado

2023-11-28