Ao amanhecer, liberdade

Autores

  • José Sérgio Carvalho da Silva UNINTER
  • Gladisson Costa da Silva

Resumo

No Brasil, o fim da escravidão ainda é considerado um gesto de benevolência da princesa Isabel, o que retrata o negro, historicamente, como um sujeito passivo e servil. Em vista disso, este artigo tem como premissa contribuir com a discussão historiográfica a respeito da abolição, apresentando o negro como sujeito ativo da sua própria história. A metodologia respaldou-se em uma abordagem de caráter qualitativo, com um levantamento bibliográfico realizado em livros, artigos científicos, websites acadêmicos, entre outros. O recorte temporal escolhido para esta investigação é de 1850 até a aprovação da Lei 3.353, de 13 de maio de 1888, conhecida como Lei Áurea. Os resultados indicaram que os negros não aceitaram passivamente a escravidão, resistindo através de rebeliões, fugas e, até mesmo, por meio de uma impressa negra.

Palavras-chave: escravidão; abolicionismo; rebeliões; fuga; fim da escravidão.

Abstract

The end of slavery in Brazil is still considered a gesture of kindness by Princess Isabel, which portrays the black, historically, as a passive and servile subject. Therefore, this article aims to contribute to the historiographical discussion about abolition, presenting black people as active subjects of their own history. The methodology was based on a qualitative approach, with a bibliographic survey carried out in books, scientific articles, and academic websites. The time frame chosen for this investigation is from 1850 until the approval of Law 3,353, on May 13, 1888, known as Lei Áurea. The results indicated that blacks did not passively accept slavery, resisting through rebellions, escapes, and a black press.

Keywords: slavery; abolitionism; rebellions; escape; end of slavery.

Resumen

En Brasil, el final de la esclavitud todavía es considerado un gesto de benevolencia de la princesa Isabel, lo que retrata al negro, históricamente, como un sujeto pasivo y servil. En virtud de ello, este artículo tiene como premisa contribuir con la discusión historiográfica sobre la abolición, presentando al negro como sujeto activo en su propia historia. La metodología se fundó en un acercamiento de orden cualitativo, con recopilación bibliográfica realizada en libros, artículos científicos, páginas web académicas, entre otros. El lapso temporal seleccionado para esta investigación va de 1850 hasta la aprobación de la Ley 3.353, de 13 de mayo de 1888, conocida como Ley Áurea. Los resultados indican que los negros no aceptaron pasivamente la esclavitud, resistiéndose por medio de rebeliones, huidas y hasta de una prensa negra.

Palabras-clave: esclavitud; abolicionismo; rebeliones; fuga; final de la esclavitud.

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Biografia do Autor

José Sérgio Carvalho da Silva, UNINTER

Acadêmico do curso de História no Centro Universitário Internacional UNINTER.

Gladisson Costa da Silva

Professor do Centro Universitário Internacional Uninter. 

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Publicado

2022-07-25