O espaço urbano como sala de exposição sensorial e representação simbólica
Resumo
Este artigo discute o entendimento da cidade como suporte de discurso sensorial e imagético, o espaço urbano como sala de exposição, onde todos os elementos expostos comunicam uma ideia e constroem a imagem de uma cidade — um edifício, uma praça, um monumento, os traçados das ruas e até mesmo os vazios, as ausências na configuração de uma cidade. Trata-se, portanto, do espaço-objeto, protagonista da leitura de suas próprias imagens. São microterritórios que superam a condição de palco e paisagem, campos para análises e interpretações de histórias locais. Propõe-se aqui o espaço em três categorias perceptivas, preconizadas pelo campo da geografia e reelaboradas sob a perspectiva das artes visuais: o espaço-território; o espaço-uso; e o espaço-signo, de modo que seja possível realizar leituras de sua materialidade, funcionalidade, aspectos sensoriais e simbólicos. O estudo aborda o espaço público como um legítimo objeto imagético a ser percebido e revelado em suas mensagens e significados cotidianos.
Palavras-chave: artes; cidade; espaço; imagem; percepção.
Abstract
This article discusses the understanding of the city as a support of sensorial and imagetic discourse, the urban space as a showroom, where all exposed elements communicate an idea and build the image of a city - a building, a square, a monument, the street layouts and even the voids, the absences in the configuration of a city. It is, therefore, the space-object, the protagonist of the reading of its own images. These are micro-territories that go beyond the condition of stage and landscape, fields for analysis and interpretation of local histories. We propose here the space in three perceptive categories, recommended by the geography field and re-elaborated under the visual arts perspective: the space-territory; the space-use; and the space-sign, so that it is possible to perform readings of its materiality, functionality, sensorial and symbolic aspects. The study approaches the public space as a legitimate imagetic object to be perceived and revealed in its daily messages and meanings.
Keywords: arts; city; space; image; perception.
Resumen
Este artículo discute la comprensión de la ciudad como soporte sensorial e imagético, el espacio urbano como sala de exposición, en donde todos los elementos expuestos comunican una idea y construyen la imagen de una ciudad — un edificio, una plaza, un monumento, el trazado de las calles y hasta los espacios vacíos, las ausencias, en la configuración de una ciudad. Se trata, por lo tanto, del espacio-objeto, protagonista de la lectura de sus propias imágenes. Son microterritorios que superan la condición de escenario y paisaje, campos para análisis e interpretación de historias locales. Se concibe acá el espacio en tres categorías perceptivas, preconizadas por el campo de la geografía y reelaboradas desde la perspectiva de las artes visuales: el espacio-territorio; el espacio-uso; y el espacio-signo, de manera que sea posible hacer lecturas de su materialidad, funcionalidad, aspectos sensoriales y simbólicos. El estudio trata el espacio público como un legítimo objeto imagético a ser percibido y revelado en sus mensajes y significados cotidianos.
Palabras-clave: artes; ciudad; espacio; imagen; percepción.
Downloads
Referências
BARBUY, Heloísa. A Cidade-Exposição: comércio e cosmopolitismo em São Paulo, 1860-1914. São Paulo: EDUSP, 2006.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
BRUNO, Maria Cristina de Oliveira (org.). Waldisa Rússio Camargo Guarnieri: textos e contextos de uma trajetória profissional. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2010. v. 1-2.
CANCLINI, Néstor García. A produção simbólica: teoria e metodologia em sociologia da arte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998. p. 283-350.
COSTA, Fabio Rodrigues da. O conceito de espaço em Milton Santos e David Harvey: uma primeira aproximação. Revista Percurso – NEMO, Maringá, v. 6, n. 1, p. 63-79, 2014. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Percurso/article/view/49581. Acesso em: 10 mar. 2022.
DEWEY, John. Arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
GOMES, Paulo Cesar da Costa. O lugar do olhar: elementos para uma geografia da visibilidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
LATORRACA, Giancarlo. Maneiras de expor: arquitetura expositiva de Lina Bo Bardi. São Paulo: Museu da Casa Brasileira, Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, 2014.
SANTAELLA, Lucia. Percepção: fenomenologia, ecologia, semiótica. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
SANTOS, Milton. Técnica, Espaço, Tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
SOTRATTI, Marcelo Antonio. Espaço. In: REZENDE, Maria Beatriz et al. (orgs.). Dicionário IPHAN de Patrimônio Cultural. Rio de Janeiro, Brasília: IPHAN/DAF/Copedoc, 2015. (verbete).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)
- Wilson César T. Pinto, Paulo Yutaka Toyoshima Girata, Regiane Moreira Silva, Volta Redonda (RJ) e suas narrativas imagéticas para o Ensino das Artes , Caderno Intersaberes: v. 12 n. 38 (2023): Ciência e formação em Linguagens: cenários, perspectivas e desafios
- Jeferson Schoffen Cardoso, Regiane Moreira Silva, 12ª Bienal do Mercosul: ressignificando o espaço expositivo de artes visuais durante a pandemia do Covid-19 , Caderno Intersaberes: v. 12 n. 38 (2023): Ciência e formação em Linguagens: cenários, perspectivas e desafios