A visualidade do paranismo na formação da identidade paranaense

Autores

  • Edemar José Baranek
  • Rosele Maria Picolli

Resumo

RESUMO Com a emancipação do Paraná respeito ao estado de São Paulo, em 1853, e a perda de parte do território paranaense para Santa Catarina na Disputa do Contestado (1912-1916), intensificou-se um movimento regionalista para a construção identitária do estado, denominado de Paranismo ou Movimento Paranista. Iniciado em 1899, com a publicação do livro História do Paraná por Alfredo Romário Martins, se consolidou como movimento quando em outubro de 1927 funda-se o Centro Paranista e a publicação do manifesto Paranismo. Ali se definia o paranista como sendo todo aquele que tem pelo Paraná uma afeição sincera, e que demonstra em atividade digna, útil à coletividade paranaense. O movimento visava, assim, sedimentar suas ideias através da publicação de textos políticos e literários e pela eleição de símbolos visuais, destacadamente o pinheiro, a pinha e o pinhão, e posteriormente incluindo-se a gralha-azul. Destacaram-se artistas como Frederico Lange de Morretes (pintor, desenhista e gravador), João Zanin Turin (escultor) e João Zaco Paraná (pintor, desenhista e escultor) dentro do movimento, com exaustiva utilização de tais símbolos. Desta maneira, o movimento criou ativamente uma identidade paranaense, como resultado da ação da literatura e, principalmente, da visualidade. A identidade paranaense, sua simbologia e seu reconhecimento foram gerados pela negação das diferenças em relação ao nacional; não se trata de elementos naturais, mas construções culturais e sociais. Portanto, não se pode diminuir a influência das representações difundidas pelo Paranismo na formação identitária, na configuração geográfica e no imaginário social do estado, pois temos ainda no presente forte influência em discursos oficiais, elementos identitários e oficiais do estado, em monumentos históricos e nas artes visuais. Palavras-chave: Pinheiro; Paraná; Pinhão; Romário Martins. ABSTRACT With the emancipation of Paraná from the State of São Paulo in 1853, and the loss of part of the state territory to the State of Santa Catarina resulting from the Contestado Dispute (1912-1916), a regionalist movement called ‘Paranismo’ or ‘Paranista’ Movement gained momentum to construct the State's identity. Begun in 1899, with the publication of the book ‘History of Paraná’ by Alfredo Romário Martins, it was consolidated as a movement when in October 1927 the ‘Paranista Center’ was founded and the ‘Paranist manifesto’ was published. There the ‘Paranist’ was defined as one who has a sincere affection for Paraná State, and who demonstrates it in dignified activity, useful to the community of Paraná. The movement thus aimed to solidify its ideas through the publication of political and literary texts and the election of visual symbols, notably the pine, the pine cone and the pine nut, and later including the bird ‘gralha-azul’. Artists such as Frederico Lange de Morretes (painter, draftsman and engraver), João Zanin Turin (sculptor) and João Zaco Paraná (painter, draftsman and sculptor) stood out in the movement, with exhaustive use of such symbols. In this way, the movement actively created a Paraná identity, as a result of the action of literature and mainly of visuality. The Paraná identity, its symbolism and its recognition were generated by the denial of differences in relation to the national symbols; they are not natural elements, but cultural and social constructions. Therefore, one cannot diminish the influence of the representations spread by ‘Paranism’ in the identity formation, in the geographical configuration and in the social imaginary of the State, because there is still a strong influence on official discourses, identity and official elements of the State, historical monuments and the visual arts. Keywords: Pine; Paraná; Pinion; Romário Martins. RESUMEN Con la emancipación de Paraná del estado de São Paulo, en 1853, y la pérdida de parte de su territorio para Santa Catarina en la Disputa del Contestado (1912-1916), se intensifica un movimiento regionalista para la construcción identitaria del Estado, denominado “Paranismo” o “Movimiento Paranista”. Iniciado en 1899, con la publicación del libro Historia de Paraná, de Alfredo Romário Martins, el movimiento se consolida cuando, en octubre de 1927, se funda el Centro Paranista y la publicación del manifiesto Paranismo. Allí se definía al paranista como todo aquel que siente un afecto sincero por Paraná, y que lo demuestra en actividad digna y útil a la colectividad paranaense. El movimiento pretendía, con ello, sedimentar sus ideales a través de la publicación de textos políticos y literarios y por la elección de símbolos visuales, con destaque en el pinus araucaria, su fruto y semillas; posteriormente se incluyó el cuervo “gralha-azul” (Cyanocorax caeruleus). Dentro del movimiento, se destacaron artistas como Frederico Lange de Morretes (pintor, dibujante y experto en grabados), João Zanin Turin (escultor) e João Zaco Paraná (pintor, dibujante y escultor), quienes utilizaron en forma intensa tales símbolos. De esa manera, el movimiento creó, activamente, una identidad paranaense, como resultado de la acción de la literatura y, principalmente, de la visualidad. La identidad paranaense, su simbología y su reconocimiento fueron generados por la negación de las diferencias respecto a lo nacional; no se trata de elementos naturales, sino de construcciones culturales y sociales. Por lo tanto, no se le puede restar importancia a la influencia de las representaciones divulgadas por el Paranismo en la formación identitaria, en la configuración geográfica, así como en el imaginario social del Estado, pues todavía tenemos, en los días de hoy, fuerte influencia en los discursos oficiales, en los elementos identitarios y oficiales del Estado, en monumentos históricos y en las artes visuales. Palabras-clave: Araucaria; Paraná; Semilla de la Araucaria; Romário Martins.

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Biografia do Autor

Edemar José Baranek

Aluno do curso de Licenciatura em Artes Visuais. Monografia apresentada como trabalho de conclusão de curso. 2018

Rosele Maria Picolli

Professor Orientador do Centro Universitário Internacional UNINTER. Graduada em Artes Plásticas pela Faculdade de Artes do Paraná, Especialista em Altas Habilidades pela Faculdade Eficaz2016.

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Publicado

2019-09-26