Violência religiosa e experiência mística em Simone Weil

Autores

  • Denis André Bez Bueno Centro Universitário Internacional Uninter
  • Renata Adriana Garbossa

Resumo

Este artigo tem por finalidade explorar a questão da violência e seu nexo com a religião a partir da filosofia eminentemente processual-existencial de Simone Weil. Sendo a experiência religiosa o meio pelo qual o homem relaciona-se com o transcendente, expressando as reações e permitindo, através delas, o contato com sua própria existência e suas próprias raízes, constitui-se em um tema extremamente atual. Inicialmente, será feita uma explanação do contexto da primeira metade do século XX em seus elementos mais pungentes, que irão determinar o itinerário do pensamento de Weil, marcado por uma profunda preocupação com o sofrimento humano. Posteriormente, será abordado o problema da violência em seus pressupostos essenciais e em sua ligação com a religião, isto é, o judaísmo histórico e o cristianismo institucionalizado, centralidade do trabalho. Finalmente, será analisada a experiência mística a partir de um Deus essencialmente não violento que conduz ao processo de descriação, ou seja, de negação de si mesmo, que constitui em uma proposta da filósofa diante da realidade de opressão.

Palavras-chave: filosofia; existência; violência; religião; mística; Deus; transcendente; descriação.

Abstract

This paper aims to explore the issue of violence and its connection to religion, considering Simone Weil’s highly processual-existential philosophy. The religious experience is a means by which man relates to transcendence, expressing its reactions and allowing, through them, contact with its own existence and roots, an extremely current topic. Firstly, the article explains the context of the first half of the 20th century in its most poignant elements, which will set the path of Weil’s thinking, marked by a deep concern about human suffering. Then, the study approaches, as a central idea, the issue of violence in its essential assumptions and its interconnections with religion, that is, historical Judaism and institutional Christianity. Finally, the mystical experience will be analyzed considering a God that is essentially peaceful and that leads the process of decreation, that is, denying itself, which constitutes a philosophic proposal towards an oppressive reality.

Keywords: philosophy; existence; violence; religion; mystique; God; transcendence; decreation.

Resumen

Este artículo tiene por finalidad explorar la cuestión de la violencia y su nexo con la religión a partir de la filosofía eminentemente procesual-existencial de Simone Weil. Siendo la experiencia religiosa el medio por el cual el hombre se relaciona con el trascendente, expresando las reacciones y permitiendo, a través de ellas, el contacto con su propia existencia y sus propias raíces, se vuelve un tema extremadamente actual. Inicialmente, se ha de explicar el contexto de la primera mitad del siglo XX en sus elementos más pungentes, que han de determinar el itinerario del pensamiento de Weil, marcado por una profunda preocupación con el sufrimiento humano. Posteriormente, se planteará el problema de la violencia en sus presupuestos esenciales y en su conexión con la religión, es decir, el judaísmo histórico y el cristianismo institucionalizado, centralidad del trabajo. Finalmente, se ha de analizar la experiencia mística a partir de un Dios esencialmente no violento que conduce al proceso de descriación, o sea, de negación de sí mismo, que constituye en una propuesta de la filósofa ante la realidad de opresión.

Palabras clave: filosofía; existencia; violencia; religión; mística; Dios; trascendente; descriación.

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Biografia do Autor

Denis André Bez Bueno, Centro Universitário Internacional Uninter

Graduando de Licenciatura em Ciências da Religião no Centro Universitário Internacional.

Autor do artigo: Denis André Bez Bueno.

 

Renata Adriana Garbossa

Professora no Centro Universitário Internacional Uninter

Referências

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Publicado

2023-11-14

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