O sanitarismo durante a Primeira República no Brasil

Autores

  • Clarissa Cobbe Miléo
  • Cícero Manoel Bezerra
  • Mariana Bonat Trevisan Centro Universitário Internacional (Uninter)

Resumo

Durante a Primeira República ocorreram inúmeros debates sobre a busca de um caráter nacional brasileiro, já que, até então, sempre encontrávamos inspiração nas culturas e modos europeus, principalmente português, inglês e francês. Não tínhamos heróis, uma padroeira própria, nem mesmo um símbolo que fosse exclusivo. Algumas temáticas ganhavam destaque, como por exemplo, moda, tecnologia, descobertas científicas e as questões relacionadas à raça e saúde. Esta última temática será o foco da presente pesquisa: raça e saúde na formação do povo brasileiro na Primeira República Brasileira. Muitos médicos e intelectuais neste período, atuaram na busca pelo “brasileiro perfeito”, unindo higiene e educação. Trabalhando em serviços de profilaxia em regiões pouco assistidas pela saúde pública, atuaram pelos sertões Brasil afora. Rio de Janeiro, Paraná e Pará foram alguns desses lugares. No interior do Brasil, até mesmo nas capitais, era comum encontrar pessoas sem o menor conhecimento de higiene, andando descalços, sem espaço para banheiros e latrinas, se alimentando de maneira irregular, dentre outros problemas, causados pela pobreza e pela falta de instrução. Para que se conseguisse remediar estes problemas, nossos médicos e cientistas, ironicamente, tiveram que aprofundar seus estudos em outros países. Para acabar com esta contradição, finalmente surgiu o Instituto de Manguinhos, no Rio de Janeiro, hoje conhecido por Fiocruz. Nele, passou a ser possível formar, aqui no Brasil, os médicos que iriam ajudar na “cruzada” pela saúde do brasileiro. O objetivo do presente trabalho será o de apontar algumas especificidades da saúde deste período, bem como demonstrar algumas táticas utilizadas pelos homens da ciência para “resolver” os problemas que atrasavam o Brasil.

Palavras-chave: Primeira República; sanitarismo; história da saúde.

Abstract

During the First Republic, there were numerous discussions regarding the search for a Brazilian national character, as up until that point, we had consistently drawn inspiration from European cultures and ways of life, particularly those of Portugal, England, and France. Brazil lacked both heroes and a patron saint of its own, as well as an exclusive symbol. Notable themes included fashion, technology, scientific discoveries, and matters pertaining to race and health. This research will focus on the intertwined themes of race and health in the formation of the Brazilian people during the First Brazilian Republic. During this period, numerous medical professionals and intellectuals engaged in the pursuit of the “ideal Brazilian”, striving to integrate hygiene and education. They provided prophylaxis services in regions that were poorly served by public health, working in the remote areas of Brazil. Such locations included Rio de Janeiro, Paraná, and Pará. In the interior of Brazil, even in the capitals, it was not uncommon to encounter individuals who demonstrated a profound lack of knowledge regarding basic hygiene practices. These individuals often walked barefoot, lacked access to proper sanitation facilities, and exhibited irregular eating patterns. These issues were often exacerbated by the pervasive poverty and lack of educational opportunities that characterized the region. To address these issues, our medical professionals and researchers were compelled to pursue further studies abroad. To resolve this contradiction, the Manguinhos Institute in Rio de Janeiro, now known as Fiocruz, was finally established. It became possible to train doctors in Brazil who would contribute to the “crusade” for the health of Brazilians. This paper will identify and analyze the specific features of health in this period and demonstrate the tactics used by men of science to address the problems that were holding Brazil back.

Keywords: first republic; sanitation; health history.

Resumen

Durante la Primera República ocurrieron innúmeras discusiones acerca de la búsqueda de un carácter nacional brasileño, una vez que, en aquel entonces, la inspiración se encontraba siempre en las culturas y modos europeos, principalmente portugués, inglés y francés. No había héroes, una patrona propia, tampoco un símbolo que fuera exclusivo. Algunas temáticas ganaban destaque, como, por ejemplo, la moda, la tecnología, los descubrimientos científicos y las cuestiones relacionadas con la raza y salud. Esa última temática será el enfoque de la presente investigación: raza y salud en la formación del pueblo brasileño en la Primera República Brasileña. Muchos médicos e intelectuales, en ese periodo, actuaron en la búsqueda por el “brasileño perfecto”, uniendo higiene y educación. Trabajando en servicios de profilaxis en regiones poco asistidas por la salud pública, actuaron por dichos espacios en todo Brasil. Rio de Janeiro, Paraná y Pará fueron algunos de esos sitios. En el interior de Brasil, hasta mismo en las capitales, era común encontrar personas sin conocimiento de higiene, caminando descalzas, sin espacio para baños y letrina, alimentándose de modo irregular, entre otros problemas, provocados por la pobreza y falta de instrucción. Para que fuera posible lograr una solución a dichos problemas, los médicos y científicos, irónicamente, tuvieron que profundizar sus estudios en otros países. Para finalizar con esa contradicción, finalmente surgió el Instituto de Manguinhos, en Rio de Janeiro, hoy conocido por Fiocruz. Con él, fue posible crear, aquí en Brasil, médicos que iban a ayudar en la “cruzada” por la salud del brasileño. El objetivo del presente trabajo será el de apuntar algunas especificidades de la salud de ese periodo, asimismo, demostrar algunas estrategias utilizadas por los hombres de la ciencia para “resolver” los problemas que retrasaban el Brasil.

Palabras clave: Primera República; saneamiento básico; historia de la salud.

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Biografia do Autor

Clarissa Cobbe Miléo

Licenciada em História pelo Centro Universitário Internacional Uninter.

Cícero Manoel Bezerra

Doutor em Teologia. Coordenador de cursos da área de Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter

Mariana Bonat Trevisan, Centro Universitário Internacional (Uninter)

Doutora em História. Docente dos cursos de História da área de Línguas e Sociedade do Centro Universitário Internacional (Uninter).

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Publicado

2024-09-02

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